segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Lugares #3

"No homem não há um ciclo biológico da sexualidade, mas também nele, como nos animais, a sexualidade é descontínua e só se apresenta em toda a sua magnificência nos períodos do amor. Nestes, a sexualidade é algo de inexaurível e contudo sacia-se completamente. Então, vivemos durante dias e dias continuamente abraçados à pessoa amada, e não só não temos em conta as 'relações sexuais' e a sua duração, mas cada olhar, cada contacto, cada pensamento dirigido ao amado tem uma intensidade erótica cem mil vezes superior à de uma 'relação sexual' ordinária. Nestes períodos toda a nossa vida física e sensorial se dilata, se torna mais intensa; sentimos odores que não sentíamos, descobrimos cores, luzes que não vemos habitualmente. Mas dilata-se também a nossa vida intelectual, porque nos apercebemos de relações que antes eram para nós opacas. Um gesto, um olhar, um movimento da pessoa amada, cala-nos fundo, fala-nos dela, do seu passado, de como era em criança; compreendemos os seus sentimentos, compreendemos os nossos. Nos outros e em nós próprios pressentimos subitamente o que é sincero e o que não o é, porque nos tornámos sinceros.
A relação sexual torna-se agora um desejo de estar no corpo do outro, um viver e ser vivido por ele numa fusão que é corpórea, mas que se prolonga com ternura pelas fraquezas do amado, as suas ingenuidades, defeitos e imperfeições. Então, conseguimos amar também uma ferida sua, transfigurada pela doçura. Todavia, tudo isto se dirige a uma pessoa e somente a ela. Não importa, no fundo, quem seja, o que importa é que com o enamoramento nasce uma força terrível que tende para a nossa fusão e torna cada um de nós insubstituível, único para o outro.
(...) basta uma breve separação para nos confirmar de novo que ele é o portador de algo inconfundível, algo que sempre nos faltou, que nos é revelado através dele e que sem ele, nunca mais encontraremos."
Francesco Alberoni, Enamoramento e Amor

"Aqui as pausas são frestas de onde transbordas.

Aqui mal ousamos outro nome que amar-te. (...)"
Vitor Matos e Sá
Eyes of China Blue

Soneto de Fidelidade, Vinicius de Moraes

3 comentários:

  1. Bebé, oh bebé... lindaaaaa. Já tenho net outra vez.
    Concordo em absoluto com o que dizes e ainda te digo mais. Quando eu voltar... vamos-nos fundir muito. Só saimos de casa para comprar tabaco e para tomar café.
    Aceitas?
    Amo-te bebe linda.
    RRRrrrrrrrrrrrrr

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  2. Aceito, sim, ternura.

    Fondue como o nosso... não há...

    Amo-te muito, meu pedacinho de chocolate!

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  3. YYEEEEEEEEEEEEEESSSSSSSSSSS
    Façamos então a contagem decrescente... os segundos parecem arrastar-se à velocidade de horas.

    Merda pros relógios, eu quero é uma maquina do tempo!

    RRRRRrrrrrrrrrrrrr

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