Ram Kharatmal | "Hoje fiz quatro máquinas. Uma de ténis. Uma de roupa branca. Outra de camisas de muitas cores. E finalmente uma máquina com vinte asas, com as palavras de mil sobreviventes de grandes desastres aéreos e tragédias pessoais; com testemunhos de viúvos que tiraram o curso de Direito só depois de as mulheres terem morrido, com documentários de televisão, sobre o luto dos lobos quando lhes matam as crias e a vida das abelhas depois de exausta a rainha-mãe. Assim fiz uma máquina com vinte asas, capaz de aguentar o meu peso e de me levar para longe desta casa e destes dias, com T-shirts lavadas e ténis limpos, uma maravilhosa máquina voadora, cheia de droga e de álcool e de literatura, para me transportar, de malas feitas e consciência tranquila, para longe, longe, longe, longe como o raio que te parta, para o céu mais azul e aberto do mundo, muito, muito para longe de ti." |
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