Sunil Tambe | "Eu vou te contar, que tu não me conheces... E eu tenho que gritar isso porque tu estás surdo e não me ouves! A sedução escraviza-me a ti ... Ao fim de tudo tu permaneces comigo, mais preso ao que eu criei e não a mim. E quanto mais falo sobre a verdade inteira, um abismo maior nos separa... Tu não tens um nome , eu tenho... Tu és um rosto na multidão , e eu sou o centro das atenções , mas a mentira da aparência do que eu sou, é a mentira da aparência do que tu és. Porque eu , eu não sou o meu nome, e tu não és ninguém... O jogo perigoso que eu pratico aqui, busca a chegar ao limite possível da aproximação. Através da aceitação da distância, e do reconhecimento dela. Entre eu e tu existe a notícia que nos separa ... Eu quero que tu me vejas nua , eu me dispo da notícia. E a minha nudez parada , te denuncia, e te espelha... Eu me relato, tu me delatas... Eu nos acuso, e confesso por nós. Assim, me livro das palavras, Com as quais tu me vestes." Laura Baptista Leite para Maria Bethânia (trad) |
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