| "No oitavo dia sentímos que tudo conspirava contra nós. Que importa a uma
grande cidade que haja um apartamento fechado em alguns de seus milhares de
edifícios; que importa que lá dentro não haja ninguém, ou que um homem e uma
mulher ali estejam, pálidos, se movendo na penumbra como dentro de um sonho?
Entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver
esquecido, voltava subitamente a atacar. O telefone tocava, batia dez, quinze
vezes, calava-se alguns minutos, voltava a chamar; assim três, quatro vezes
sucessivas. Alguém vinha e apertava a campainha; esperava; apertava outra vez;
experimentava a maçaneta da porta; batia com os nós dos dedos, cada vez mais
forte, como se tivesse certeza de que havia alguém lá dentro. Ficávamos |
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